No entanto, não é menos verdade que esta é a pior selecção dos últimos 15 anos (mesmo a que não conseguiu o apuramento para o mundial 1998 era muito melhor).
Independentemente das tácticas de Carlos Queirós (que já há vários anos sofreu uma queda de categoria "à Artur Jorge"), independentemente de alguma insatisfação táctica de algum jogador, há factos óbvios que saltam desta participação da selecção das quinas:
1. Se queriam exemplo de profissionalismo e rigor táctico, tivessem aprendido com o primeiro adversário, a Costa do Marfim;
2. Se queriam exemplo de classe, o Brasil e a Espanha apresentaram-se a anos-luz da pálida selecção portuguesa (tão pálida que tinham aquele equipamento horroroso, que nem parecia a nossa selecção);
3. Se queriam milagres, não esperassem tudo de Cristiano Ronaldo, pois jogaram melhor sempre que se esqueceram de lhe tentar passar todas as bolas, e ele era apenas mais um.
Quanto ao CR7, não digo que não tentou ter o posicionamento táctico que lhe pediram, mas este não foi nem de perto nem de longe a força da natureza que se viu em Manchester nem em Madrid (três vezes o melhor em campo? Exagero). Pior que os inúmeros passes e fintas falhadas (e a bola não é desculpa, pois viu-se como a Espanha soube lidar tão bem com ela, quer em domínio, quer em passes, quer em remates... é uma questão de treino e concentração), foi a falta de vontade de correr atrás da bola em cada uma destas situações. Não questiono a qualidade do Cristiano Ronaldo, apenas questiono muita da sua (falta de) atitude em campo, o que contraria o que se diz sobre ele em termos de profissionalismo.
Sobre os 22 centímetros em fora-de-jogo do golo de David Villa, isso não importaria se Portugal não estivesse todo um apuramento e o mundial em posição claríssima de fora-de-jogo.
No que diz respeito às polémicas pós-jogo, em que parece que este mês de selecção foi insuportável, é bem melhor que acabar a bater nos árbitros, coisa que já fizemos mais do que uma vez.
Cartoon de 30 de Junho de 2010
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